20 de nov. de 2011
Integração das Pessoas com Doença Mental
Não é defensível que a dor amadurece o ser humano. A depressão é uma doença. Há uma série de evidências que mostram alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina), substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. Outros processos que ocorrem dentro das células nervosas também estão envolvidos. Ao contrário do que normalmente se pensa, os fatores psicológicos e sociais muitas vezes são conseqüência e não causa da depressão. Vale ressaltar que o estresse pode precipitar a depressão em pessoas com predisposição, que provavelmente é genética. A prevalência da depressão é estimada em 19%, o que significa que aproximadamente uma em cada cinco pessoas no mundo apresentam ou apresentará o problema em algum momento da vida.
Os termos transtorno, distúrbio e doença combinam-se aos termos mental, psíquico e psiquiátrico para descrever qualquer anormalidade, sofrimento ou comprometimento de ordem psicológica e/ou mental. Os transtornos mentais são um campo de investigação interdisciplinar que envolvem áreas como a psicologia, a filosofia, a psiquiatria e a neurologia. Devemos salientar que o comprometimento da saúde mental, seja qual for, consiste em uma dor incomensurável. A depressão transforma a vida do depressivo e de todos os que estão ao seu redor, e assim como as demais doenças, podemos dizer que para desenvolver uma doença mental, há necessidade, no mínimo, de dois fatores: a disposição pessoal para a doença e dos agentes ocasionais. A depressão é a doença mental mais frequente, sendo uma causa importante de incapacidade.
As pessoas afetadas por problemas de saúde mental são muitas vezes incompreendidas, estigmatizadas, excluídas ou marginalizadas, devido aos falsos conceitos, tais como:
•As doenças mentais são fruto da imaginação;
•As doenças mentais não têm cura;
•As pessoas com problemas mentais são pouco inteligentes, preguiçosas, imprevisíveis ou perigosas.
Estes mitos, a par do estigma e da discriminação associados à doença mental, fazem com que muitas pessoas tenham vergonha e medo de procurar apoio ou tratamento, ou não queiram reconhecer os primeiros sinais ou sintomas de doença.
O tratamento precoce é muito eficaz para a recuperação. Mesmo nas doenças mais graves é possível controlar e reduzir os sintomas e, através de medidas de reabilitação, desenvolver capacidades e melhorar a qualidade de vida.
Os indivíduos depressivos ou que possuem problemas de saúde mental são cidadãos de pleno direito. Não deverão ser excluídos do resto da sociedade, mas antes apoiados no sentido da sua plena integração na família, na escola, nos locais de trabalho e na comunidade. O preconceito impossiblita as oportunidades na vida pessoal, social, trabalho etc. Por tais motivos é tão àrduo a reabilitação. O envolvimento das famílias, amigos e profissionais nos cuidados e tratamento destas pessoas é reconhecido como fator primordial e transforma as possibilidades que vão além de uma psicologia aplicada, afim de redirecionarem o diagnóstico e a intervenção nos diferentes campos de atuação psíquica. A relação de causalidade, mesmo que multicausal, que fundamenta o estabelecimento do vínculo entre saúde/doença mental, não dá conta das relações de determinação das manifestações humanas. Ainda, acaba por reduzir o conceito de saúde mental a ausência de transtornos psíquicos, deixando de levar em conta as diversas dimensões subjetivas da relação do homem.
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