17 de abr. de 2012

DEPOIMENTO

Tenho buscado há muitos anos esta auto-indagação, QUEM EU SOU, com o intuito de definir o homem do Antes e do Depois, para chegar finalmente a formatar o conceito do homem do Agora, ainda em tratamento depressivo e de dependência. Mesmo buscando exaustivamente este conceito, estou quase convencido que jamais irei estribar-me numa personalidade do homem do Agora limpo e livre das arestas do homem do Antes e do Depois, já que o passado ainda que remoto, atormenta como fantasma esta mente perturbada e confusa com sentimentos de culpa, ressentimentos e pensamentos suicidas. Talvez seja até um sonho, um dia poder conviver com o homem do Agora, sem antes reprisar como de rotina acontece as angustias do Antes e do Depois, já que toda a formação da minha personalidade foi construída sob os pilares do mundo afora, após ser expulso de casa na adolescência em decorrência do excessivo modo de fazer uso do álcool. Muitas vezes tenho me resguardado em silêncio no isolamento de meu quarto para não trazer preocupações mais para família e gerar um somatório ainda mais elevado dos sentimentos de culpa, já que o companheiro inseparável da depressão, é hospedeiro constante de minha corroída mente de desprezo, comungando com os mais ousados pensamentos de profunda solidão e desgosto. Sei que tenho dotes de fácil inteligência e aguçado raciocínio, além de timidez em expressar sentimentos ocultos, principalmente de amor platônico. Sou participativo, criativo e inventivo, não sou muito humilde, mais muito sonhador e aventureiro, daquele que gosta de correr risco e encarar desafios. Gosto de viajar e de uma boa comida nordestina, cinema, arte e praia é comigo mesmo, mas sou também extremista naquilo que é meu e do outro. Gosto de presentear e fico tímido ao ser presenteado, companheirismo e amizade são os meus fortes, adoro praticar sexo explícito entre quatro paredes, gosto de escolher o que quero, principalmente, mulher, tenho profunda admiração por mulheres inteligentes e independentes, sou honesto com as finanças mais desonesto em emitir a essência da verdade em alguns momentos para não ferir pessoas, gosto de apreciar a engenharia mecânica de veículos como motores possantes e valentes. No entanto, tenho serias dificuldades em aceitar minha condição de alcoólico no contexto social, já que sou atormentado sistematicamente pela compulsão e oscilantes depressões. Estou certo e consciente de minha impotência de beber controlado, que tenho vários motivos para não voltar a beber, em contrapartida, tenho três motivos fortes para voltar a beber, “sou alcoólatra, depressivo e compulsivo”. Diante de um processo de sensibilidade emocional desequilibrada e fragilizada com oscilações semanais de crises depressivas, muitas vezes tenho me decepcionado e isto resulta em um completo desânimo e isolamento de vida, reanimado, pelas mãos de pessoas importantes na minha vida, comprometidas em ajudar a salvar vidas e cúmplices do acolhimento do converso como assim fosse meu refúgio e esperança. Como você pode ver, é difícil definir o Antes do Depois para se chegar ao homem do Agora, sem antes degustar o gosto âmago do passado.
A.S.

15 de abr. de 2012

Depressão e Preconceito: ANSIEDADE & TRANSTORNOS DE ANSIEDADE

Depressão e Preconceito: ANSIEDADE & TRANSTORNOS DE ANSIEDADE: Ansiedade é uma característica biológica dos seres humanos, podendo ser caracterizada como nervosismo, que antecede momentos de perigo re...

ANSIEDADE & TRANSTORNOS DE ANSIEDADE


Ansiedade é uma característica biológica dos seres humanos, podendo ser caracterizada como nervosismo, que antecede momentos de perigo real ou imaginário, marcada por sensações corporais desagradáveis, tais como uma sensação de vazio no estômago, taquicardia, medo intenso, sensação de aperto no tórax, transpiração, respiração rápida, ofegante etc. Porém, a maioria dos casos de ansiedade acomete pessoas com depressão.








Causas

A ansiedade e o medo, não surgem na vida da pessoa por uma escolha. Acredita-se que vivências interpessoais e problemas na primeira infância possam ser importantes causas desses sintomas. Além disso, existem causas biológicas como anormalidades químicas no cérebro ou distúrbios hormonais. Ansiedade é um estado emocional que se adquire como consequência de algum ato. Todas as pessoas podem sentir ansiedade, principalmente com a vida atribulada atual. Dependendo do grau ou da frequência, pode se tornar patológica e acarretar muitos problemas posteriores, como o transtorno da ansiedade. Portanto, nem sempre é patológica.


 
Ter ansiedade ou sofrer desse mal faz com que a pessoa perca uma boa parte da sua auto-estima, ou seja, ela deixa de fazer certas coisas porque se julga incapaz de realizá-las. Dessa forma, o termo ansiedade está ligado à palavra medo, sendo assim a pessoa passa a ter medo de errar quando da realização de diferentes tarefas, sem mesmo chegar a tentar.
A Ansiedade em níveis muito altos, ou quando apresentada com a timidez ou depressão, impede que a pessoa desenvolva seu potencial intelectual. O aprendizado é bloqueado e isso interfere não só no aprendizado da educação tradicional, mas na inteligência social. O indivíduo fica sem saber como se portar em ocasiões sociais ou no trabalho, o que pode levar a estagnação na carreira.

Manifestações

As pessoas ansiosas têm um vasto número de sintomas. Muitos resultam de um aumento da estimulação do sistema nervoso vegetativo ou autónomo, que controla o reflexo ataque-fuga. Outros são somatizações, ou seja, os doentes convertem a ansiedade em problemas fisicos, incluindo dores de cabeça, distúrbios intestinais e tensão muscular.
Cerca da metade das pessoas com ansiedade sofrem principalmente de sintomas físicos, normalmente localizados no intestino e no peito. Conforme a sintomatologia, a ansiedade pode ser classificada em vários transtornos, mas sempre quando há um grau patológico, definido como aquele que causa interferência nas atividades normais do indivíduo.

Sintomas

  • Fadiga
  • Insônia
  • Falta de ar ou sensação de sufoco
  • Formigamento nas mãos e nos pés
  • Confusão
  • Instabilidade ou sensação de desmaio
  • Dores no peito e palpitações
  • Afrontamentos, arrepios, suor frio, mãos úmidas
  • Boca seca
  • Contrações ou tremores incontroláveis
  • Tensão muscular, dores
  • Necessidade urgente de defecar ou urinar (diarréias, incontinência urinária)
  • Dificuldade em deglutição
  • Sensação de ter um "nó" na garganta
  • Dificuldades para relaxar
  • Insônia
  • Tontura e vertigem
  • Vômitos incontroláveis
  • Sensação de impotência

Tratamento

O tratamento é feito com psicoterapia e medicamentos, dentre os quais ansiolíticos e antidepressivos. O tratamento é iniciado com ansiolíticos como, por exemplo, os benzodiazepínicos. Logo após a estabilização do paciente, o médico pode prescrever um antidepressivo para o controle da ansiedade. Outra classe de medicamentos também utilizada são a dos beta-bloqueadores. É sempre importante que o paciente consulte um médico, pois esses medicamentos são normalmente controlados.
Há algumas técnicas que auxiliam na prevenção e tratamento da ansiedade:

Relaxamento, respirar profundamente algumas vezes do dia, praticar esportes ou caminhada, evitar café, bebidas e produtos que contenham estimulante (coca, cafeína, cigarro), alongamento e meditação, observar os pensamentos e direcioná-los para que sejam agradáveis.



Transtornos de Ansiedade

A ansiedade pode se manifestar em três níveis: neuroendócrino, visceral e de consciência. O nível neuroendócrino diz respeito aos efeitos da adrenalina, noradrenalina, glucagon, hormônio antidiurético e cortisol. No plano visceral a ansiedade é devida ao Sistema Nervoso Autônomo (SNA), que reage excitando o organismo na reação de alarme (sistema nervoso simpático) ou relaxamento (sistema vagal) na fase de esgotamento.

Sintomas

Os principais sintomas do transtorno de ansiedade são a inquetação, palpitações, sudorese ou opressão no peito, sintomas gastrointestinais como náuseas, vômitos e diarréia. Outros apresentam mal estar respiratório, tensão muscular. Enfim,os sintomas físicos e viscerais variam de pessoa para pessoa. Em mulheres pode causar disfunção hormonal, num ponto capaz de suspender a menstruação.

 Tipos de Ansiedade

. Normal

A ansiedade é uma reação normal, dita bio-adaptativa. Ou seja, é uma resposta do corpo a algum tipo de estressor externo; por exemplo, diante de uma ameaça (um predador), o organismo deve reagir aumentando seu ritmo para que este possa se preparar para a fuga. O ritmo cardíaco aumenta, há contração de vasos periféricos para que se concentre sangue em áreas vitais, a respiração aumenta sua freqüência. Portanto, todas estas reações são normais e preparam o indivíduo para enfrentar o estressor externo. É uma sensação difusa, desagradável de apreensão acompanhadas por várias sensações físicas.

. Patológica

A ansiedade se torna patológica em dois momentos:

1) Quando o corpo reage excessivamente a um estímulo, ou seja, quando a ansiedade é desproporcional ao estímulo e transforma uma reação adaptativa em reação desadaptativa, ou mesmo quando ela aparece relacionada a estímulos que normalmente não gerariam ansiedade;

2) Quando ocorre ansiedade na ausência de estímulo deflagrador. Os transtornos de ansiedade mais comuns são:
  • Síndrome do pânico
  • Fobias
  • Fobia social
  • Agorafobia (medo de estar em espaços abertos ou no meio de uma multidão)
  • Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)
  • Transtorno de Estresse Pós-Traumático
  • Transtorno de Ansiedade Generalizada

A ansiedade patológica caracteriza-se pela intensidade prolongada à situação precipitante, tornando difícil o controle dos sintomas físicos causando prejuízo na atividade social, dificultando e impossibilitando a adaptação. Ao contrário da ansiedade normal, a patológica paralisa o indivíduo, trazendo prejuízos ao seu bem estar.

Tratamento

Há muitos tratamentos, alguns apresentam comprovação científica e outros não. Para a ansiedade normal usam-se métodos tais como técnicas de relaxamento, yoga, acupuntura, caminhadas etc. Já para a ansiedade patológica pode ser necessário o uso de medicação.

No geral, o tratamento pode dividir-se em três partes:

  • Medicação: geralmente antidepressivos e benzodiazepíncos (calmantes) são as medicações mais comumente empregadas, quando o psiquiatra ou o clínico julga necessário usá-las;
  • Psicoterapia: fundamental para saber a origem da ansiedade e como lidar com ela; a associação medicação + psicoterapia tem ótimos resultados;
  • Mudança de hábitos de vida: exercícios físicos, acupuntura, yoga, otimização dos horários de trabalho, higiene do sono, criação de "áreas de lazer" na grade horária semanal. Tais mudanças também são fundamentais para auxiliar o indivíduo a ficar menos ansioso.



Referências