30 de mai. de 2011

Descrições e Tipos de Depressão


Significados do termo "Depressão"

O termo depressão na linguagem corrente tem sido empregado para designar tanto um estado afetivo normal (a tristeza), quanto um sintoma, uma síndrome e uma ou várias doenças.
Os sentimentos de tristeza e alegria colorem o fundo afetivo da vida psíquica normal. A tristeza constitui-se na resposta humana universal às situações de perda, derrota, desapontamento e outras adversidades. Cumpre lembrar que essa resposta tem valor adaptativo, do ponto de vista evolucionário, uma vez que, através do retraimento, poupa energia e recursos para o futuro. Por outro lado, constitui-se em sinal de alerta para os demais de que a pessoa está precisando de companhia e ajuda. As reações de luto, que se estabelecem em resposta à perda de pessoas queridas, caracterizam-se pelo sentimento de profunda tristeza, exacerbação da atividade simpática e inquietude. As reações de luto normal podem estender-se até por um ou dois anos, devendo ser diferenciadas dos quadros depressivos propriamente ditos. No luto normal a pessoa usualmente preserva certos interesses e reage positivamente ao ambiente, quando devidamente estimulada. Não se observa no luto a inibição psicomotora, característica dos estados melancólicos. Os sentimentos de culpa no luto, limitam-se a não ter feito todo o possível para auxiliar a pessoa que morreu; outras idéias de culpa estão geralmente ausentes.
Enquanto sintoma, a depressão pode surgir nos mais variados quadros clínicos, entre os quais: transtorno de estresse pós-traumático, demência, esquizofrenia, alcoolismo, doenças clínicas, etc. Pode ainda ocorrer como resposta a situações estressantes, ou a circunstâncias sociais e econômicas adversas.
Enquanto síndrome, a depressão inclui não apenas alterações do humor (tristeza, irritabilidade, falta da capacidade de sentir prazer, apatia), mas também uma gama de outros aspectos, incluindo alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas (sono, apetite).
Finalmente, enquanto doença, a depressão tem sido classificada de várias formas, na dependência do período histórico, da preferência dos autores e do ponto de vista adotado. Entre os quadros mencionados na literatura atual encontram-se: transtorno depressivo maior, melancolia, distimia, depressão integrante do transtorno bipolar tipos I e II, depressão como parte da ciclotimia, etc.

Descrição Clínica

Embora a característica mais típica dos estados depressivos seja a proeminência dos sentimentos de tristeza ou vazio, nem todos os pacientes relatam a sensação subjetiva de tristeza. Muitos referem, sobretudo, a perda da capacidade de experimentar prazer nas atividades em geral e a redução do interesse pelo ambiente. Freqüentemente associa-se à sensação de fadiga ou perda de energia caracterizada pela queixa de cansaço exagerado. Alguns autores enfatizam a importância das alterações psicomotoras, em particular referindo-se à lentificação ou retardo psicomotor. Este tópico será abordado mais detidamente no item referente à conceituação da "melancolia".
No diagnóstico da depressão levam-se em conta sintomas psíquicos; fisiológicos e evidências comportamentais.
Sintomas Psíquicos

Humor Depressivo

Sensação de tristeza, autodesvalorização e sentimentos de culpa.
Os pacientes costumam aludir ao sentimento de que tudo lhes parece fútil, ou sem real importância. Acreditam que perderam, de forma irreversível, a capacidade de sentir alegria ou prazer na vida. Tudo lhes parece vazio e sem graça, o mundo é visto "sem cores", sem matizes de alegria. Em crianças e adolescentes, sobretudo, o humor pode ser irritável, ou "rabugento", ao invés de triste. Certos pacientes mostram-se antes "apáticos" do que tristes, referindo-se muitas vezes ao "sentimento da falta de sentimentos". Constatam, por exemplo, já não se emocionarem com a chegada dos netos, ou com o sofrimento de um ente querido, e assim por diante. O deprimido, com freqüência, julga-se um peso para os familiares e amigos, muitas vezes invocando a morte para aliviar os que o assistem na doença.
São freqüentes e temíveis as idéias de suicídio. As motivações para o suicídio incluem distorções cognitivas (perceber quaisquer dificuldades como obstáculos definitivos e intransponíveis, tendência a superestimar as perdas sofridas) e ainda o intenso desejo de pôr fim a um estado emocional extremamente penoso e tido como interminável. Outros ainda buscam a morte como forma de expiar suas supostas culpas. Os pensamentos de suicídio variam desde o remoto desejo de estar simplesmente morto, até planos minuciosos de se matar (estabelecendo o modo, o momento e o lugar para o ato). Os pensamentos relativos à morte devem ser sistematicamente investigados, uma vez que essa conduta poderá prevenir atos suicidas, dando ensejo ao doente de se expressar a respeito.

Redução da Capacidade de Experimentar Prazer

Desprazer na maior parte das atividades antes consideradas como agradáveis. As pessoas deprimidas podem relatar que já não se interessam pelos seus passatempos prediletos. As atividades sociais são freqüentemente negligenciadas, e tudo lhes parece agora ter o peso de terríveis "obrigações".

Fadiga ou Sensação de Perda de  Energia

 A pessoa pode relatar fadiga persistente, mesmo sem esforço físico, e as tarefas mais leves parecem exigir esforço substancial. Lentifica-se o tempo para a execução das tarefas.

Diminuição da Capacidade de Pensar, de se Concentrar ou de Tomar Decisões

Decisões antes quase automáticas parecem agora custar esforços intransponíveis. Um paciente pode se demorar infindavelmente para terminar um simples relatório, pela incapacidade em escolher as palavras adequadas. O curso do pensamento pode estar notavelmente lentificado. Professores experientes queixam-se de não conseguir preparar as aulas mais rotineiras; programadores de computadores pedem para ser substituídos pela atual "incompetência"; crianças e adolescentes têm queda em seus rendimentos escolares, geralmente em função da fatigabilidade e déficit de atenção, além do desinteresse generalizado.
Sintomas Fisiológicos

Alterações do Sono

Mais freqüentemente insônia, podendo ocorrer também hipersonolência. A insônia é mais tipicamente intermediária (acordar no meio da noite, com dificuldades para voltar a conciliar o sono) ou terminal (acordar mais precocemente pela manhã). Pode também ocorrer insônia inicial, com menor freqüência mas não raramente, os indivíduos podem se queixar de sonolência excessiva mesmo durante as horas do dia.

• Alterações do Apetite

Mais comumente perda do apetite, podendo ocorrer também aumento do apetite; muitas vezes a pessoa precisa esforçar-se para comer, ou ser ajudada por terceiros a se alimentar. As crianças podem, pela inapetência, não ter o esperado ganho de peso no tempo correspondente. Algumas formas específicas de depressão são acompanhadas de aumento do apetite, que se mostra caracteristicamente aguçado por carboidratos e doces.

Redução do Interesse Sexual

 Perda de Libído 

Evidências Comportamentais

• Retraimento Social

• Crises de Choro

• Comportamentos Suicidas

Retardo Psicomotor, Lentificação Generalizada ou Agitação Psicomotora

Freqüentemente os pacientes se referem à sensação de peso nos membros. Deve-se ainda lembrar, no diagnóstico das depressões, que algumas vezes o quadro mais típico pode ser mascarado por queixas proeminentes de dor crônica (cefaléia, dores vagas no tórax, abdome, ombros, região lombar, etc.). A ansiedade está freqüentemente associada. Em idosos, principalmente, as queixas de caráter hipocondríaco costumam ser muito comuns.

Alterações dos Rimos Circadianos

Muitas funções circadianas (designa o período aproximado de um dia - 24 horas, sobre o qual se baseia todo o ciclo biológico do corpo humano e todo ser vivo influenciado pela luz solar) encontram-se alteradas nas depressões, a exemplo da regulação da temperatura e do ritmo de produção do cortisol (relação com o estresse). Entre as alterações mais conspícuas estão aquelas relacionadas ao ritmo do sono. Segundo Akiskal, cerca de dois terços dos pacientes deprimidos têm diminuição da latência para o início do sono REM ("Rapid Eyes Movements"). As formas ditas "melancólicas" da depressão caracterizam-se entre outros aspectos, pela piora matinal e pelo despertar precoce pela manhã.

Características Melancólicas

O termo "melancolia" tem sido empregado, nas atuais classificações para designar o subtipo anteriormente chamado de "endógeno", "vital", "biológico", "somático" ou "endogenomorfo" de depressão. Considerado por muitos como o "protótipo" ou síndrome nuclear das depressões, a melancolia – ao contrário de outras formas de depressão – parece constituir-se em um grupo mais homogêneo, que responde melhor a tratamentos biológicos, e para o qual os fatores genéticos seriam os principais determinantes. 

Características Psicóticas

Cumpre lembrar que o termo "psicótico", origem de tantas controvérsias em psiquiatria, tem três significados distintos:
1. significado meramente descritivo, quando designa, por exemplo, quadros psiquiátricos onde ocorrem alucinações e delírios;
2. significado etiológico quando designa quadros endógenos (determinados por tendências constitucionais do indivíduo), em contraposição àqueles determinados por fatores psicogênicos; 
3. significado que alude à gravidade (ou intensidade) do quadro. As atuais classificações, fugindo de preconceitos etiológicos, utilizam o termo psicótico apenas em sentido descritivo. Assim, a expressão designa, nesse contexto, aquelas formas de depressão onde ocorrem delírios e alucinações. Admite-se que essas formas cheguem a 15% dos quadros depressivos.

Os delírios depressivos considerados congruentes com o humor incluem delírios de culpa, de punição merecida, delírios de ruína e delírios nihilistas (que podem configurar a síndrome de Cotard, quando incluem negação de órgãos e negação da morte). Na depressão delirante as pessoas podem interpretar eventos triviais do cotidiano como evidências de defeitos pessoais, ao tempo em que se culpam de forma indevida e francamente inapropriada. Um paciente, por exemplo, culpava-se pela morte de um desconhecido, cujo féretro passou por sua rua; outra, uma senhora de meia idade, julgava ser a responsável pela paralisação das obras de uma ponte em sua cidade. Mais comumente, no entanto, o paciente recua no tempo, com a finalidade de se acusar por supostos delitos ou atos culposos do passado, remoendo escrúpulos indevidos. Os delírios incongruentes com o humor incluem temas de perseguição, e delírios de estar sendo controlado. Quando presentes, esses fenômenos incongruentes com o humor associam-se a um pior prognóstico, avizinhando-se, não raramente dos estados ditos "esquizoafetivos".
As alucinações que acompanham os estados depressivos, quando presentes, são em geral transitórias e não elaboradas. Costumam ser, mais comumente, coerentes com o humor depressivo: vozes que condenam o paciente, imprecações do demônio, choro de defuntos, etc. Mais raramente, ocorrem alucinações não congruentes com o humor (sem relação aparente com os temas depressivos). 

Depressões Catatônicas

Diz-se que uma depressão tem características catatônicas quando o quadro clínico se caracteriza por intensas alterações da psicomotricidade, entre as quais: imobilidade quase completa, atividade motora excessiva, negativismo extremo, mutismo, estereotipias, ecolalia ou ecopraxia, obediência ou imitação automática. 

Depressões Crônicas

As depressões crônicas são geralmente de intensidade mais leve que os episódios de depressão maior. Mais que o humor francamente deprimido, os pacientes com depressão crônica (distimia) sofrem por não sentir prazer nas atividades habituais, e por terem suas vidas coartadas por uma espécie de morosidade irritável.

Depressões Atípicas

Originalmente criado na Inglaterra, e posteriormente desenvolvido pelo grupo da Universidade de Columbia, em Nova York, o conceito de depressão "atípíca" refere-se (de modo muito típico) àquelas formas de depressão caracterizadas por: reatividade do humor, sensação de fadiga acentuada e "peso" nos membros, e sintomas vegetativos "reversos" (opostos aos da depressão melancólica), como aumento de peso e do apetite, em particular por carboidratos e hipersonia. Além disso, descreve-se como característica constante das pessoas sujeitas a esse tipo de depressão um padrão persistente de extrema sensibilidade à percepção do que consideram como rejeição por parte de outras pessoas. Episódios com características "atípicas" são mais comuns nos transtornos bipolares (I e II), no transtorno depressivo com padrão sazonal.

Sazonalidade

Especialmente no hemisfério norte, onde as estações do ano são bem definidas, verifica-se com clareza que algumas formas de depressão acentuam-se ou são precipitadas de acordo com um padrão sazonal; mais comumente as depressões desse tipo ocorrem no outono e no inverno. Muitos desses pacientes têm fases hipomaníacas na primavera, sendo classificados como do tipo bipolar II (depressões maiores e hipomania). Freqüentemente esses pacientes apresentam algumas características sobrepostas às da "depressão atípica": fadiga excessiva, aumento do apetite (em particular por carboidratos) e hipersonolência. 


Contato com a Depressão

Pessoas em toda e qualquer situação da vida pode desenvolver a depressão. Embora o preconceito com as doenças mentais seja extenso, o mundo atual composto de tantas modernidades tem favorecido tais patologias. Isso explica a necessidade de diversos estudos voltados para esta área. Meu primeiro contato com a depressão foi aos 16 anos. Embora jovem, a doença se desenvolveu após a situção de luto paterno. Até então, eu nunca havia presenciado uma situação de perda tão significativa em minha vida. Minha família buscou ajuda profissional pois não sabia como lidar com as tristezas e desânimos por mim apresentados. Fiz uso de antidepressivos e psicanálise por um período médio de dois anos consecutivos. Me reconstrui; minha adolescência, meus estudos, meus relacionamentos interpessoais foram normais na medida do possível. A idéia que eu tinha de futuro sempre foi promissora. Enfrentei minhas limitações, adquiri uma visão de perspectiva e mentalidade superior as dificuldades encontradas.
Alguns associam a depressão com as situações de decepções que infelizmente todos passamos involuntariamente. Nesta fase acima descrita, aprendi que embora não percebemos, mesmo quando crianças, algumas situações ficam registradas em nossa memória, podendo causar transtornos na fase adulta. Hoje consigo associar as coisas de forma mais precisa: Meu pai era alcoólatra, sempre foi ausente da minha história e da minha família. Presenciei muitas situações de violência doméstica e mesmo assim, senti sua partida deste mundo. Quando analiso esses fatos, percebo que embora os anos tenha transcorrido, certas imagens ficam registradas na memória e nos acompanham no dia-a-dia, seja através de sonhos, pesadelos, pensamentos etc. O importante é esquecer ou tentar esquecer o que ficou para trás e continuar em direção das coisas que estão à frente, buscar tratamento.
Sempre que passamos por problemas difíceis, se não tomarmos cuidado, podemos entrar em um ciclo de angústias. Essa rotina de sofrimento terrível nos conduz a uma piora gradativa e dificulta como vencer a depressão.
Enquanto lutamos contra a depressão, o que pensamos é o que determina a qualidade do nosso dia. Decidir se vai ou não usar, naquele dia, a sua mente com pensamentos bons ou ruins. No geral, a maioria das pessoas tem este conceito. Do ponto de vista profissional, tais decisões só poderão ser possíveis com psicanálise, terapia e uso de medicamentos.
Considerando que os transtornos de estado de ânimo estão relacionados a redução na transmissão dos impulsos ou dos sinais nervosos nas áreas do cérebro que regulam o humor. As teorias atuais das causas biológicas da depressão foca na falha da neurotransmissão. Atualmente de todas as teorias propostas, as mais aceitas são as anormalidades que envolvem os neurotransmissores monoaminérgicos, especialmente norepinefrina, flucoxantina, dopamina, serotonina. Então, há fatores fisiológicos envolvidos neste processo, o que favorece a idéia de que a pessoa depressiva nem sempre possue controle de suas vontades e de seus sentimentos e humor. 
A depressão pode ser classificada como primária ou secundária. Na depressão primária não existem alterações patológicas comprovadas, enquanto na secundária é possível manifestar outras enfermidades cuja existência determina a aparição da depressão, podendo ser acompanhadas por alterações físicas ou relacionadas com outros transtornos psiquiátricos.
Buscar ajuda é essencial!

25 de mai. de 2011

Paciência





Dedico-lhes esta composição na voz de Lenine. Uma belíssima canção que sugere uma reflexão necessária..."a vida é tão rara" não? Que Deus abençoe à todos!  

O que é???

Alguns escritos do blog poderão conter terminologias que  em sentido amplo refere-se ao uso e estudo de termos. A seguir, vamos conhecer algumas destas palavras utilizadas na área da psiquiatria (especificamente na depressão) e até em nossas rotinas diárias.


Acatisia - Condição psicomotora onde a pessoa sente grande dificuldade em permanecer parado, sentado ou imóvel. Pode ser de origem fisiológica ou em decorrência de efeito colateral dos neurolépticos.


Agitação - Inquietação, atividade motora excessiva, acompanhadas de ansiedade.


Agitação (agitação psicomotora) -  Atividade motora excessiva, associada com um sentimento de tensão interna. Geralmente é improdutiva e repetitiva. Consiste em remexer-se, retorcer as mãos, puxar as roupas e incapacidade de ficar sentado quieto.


Alexitimia - Incapacidade de reconhecer ou de verbalizar as próprias emoções. 


Alteração de Humor - Mudança mórbida do afeto que ultrapassa as variações normais, e que leva a vários estados que incluem: depressão, exaltação, ansiedade, irritabilidade e raiva.


Anedonia - Ausência da capacidade de experimentar prazer, associada freqüentemente com estados esquizofrênicos e depressivos.


Anorexia - Perda ou ausência de apetite; diminuição do apetite.


Ansiedade - Situação de apreensão, tensão ou inquietação que se deriva da antecipação de perigo, cuja origem possa ser desconhecida ou não reconhecida (intrapsíquica). Ao contrário do medo que é a resposta emocional a uma ameaça ou perigo conscientemente reconhecido e habitualmente externo.


Ansiolíticos - Drogas contra a ansiedade.


Antidepressivos - Agentes psicoativos prescritos para o tratamento de transtornos depressivos.


Libido - Instinto ou desejo sexual.


Pragmatismo - Noção/Interpretação das consequências práticas.


Psicoterapia - Tratamento psicológico que fundamenta-se em técnicas voltadas ao
tratamento de doenças mentais, disfunções comportamentais e outros problemas de origem emocional. A psicoterapia pode ser individual ou em grupo conforma a avaliação do psicólogo.


Psicanálise (Análise) - Tratamento das desordens mentais e emocionais mediante profunda investigação psicológica.


Psicose - Qualquer doença mental.


Psicologia - Ciência que estuda os fenômenos psíquicos e do comportamento.


Psiquiatria - Parte da medicina que trata do estudo e tratamento das doenças mentais.



Saúde Mental - Estado relativo em vez de absoluto. Saúde mental pode ser relacionada a capacidade de resolução madura e flexível dos conflitos entre instintos, consciência, outras pessoas importantes e a realidade.

24 de mai. de 2011

Entenda resumidamente o que DEPRESSÃO.

Existem diversas situações onde mencionamos a palavra depressão para descrevermos os nossos sentimentos de angústia, tristeza, pesar...sendo estes temporários ou permanentes. Considerando o título do blog, decidi abordar de maneira rápida e resumida a definição de depressão.
Fisicamente a depressão é causada por uma falha nos neurotransmissores. Os neurotransmissores são agentes químicos que levam a informação de um neurônio para outro. Os neurônios, ao contrário do que se imagina, não estão unidos uns aos outros como as demais células do corpo. Eles possuem um espaço entre eles que precisa ser preenchido por substâncias que tenham a capacidade de transmitir a informação para que ela cheque até o próximo neurônio e assim circular no sistema nervoso e fazer contato com o cérebro. Quando os neurotransmissores são insuficientes ou não estão funcionando bem a informação chega distorcida ao cérebro e a pessoa não consegue perceber a realidade como ela de fato...isto é a depressão! Relacionam-se a susceptibilidade para depressão, alterações dos níveis de neurotransmissores principalmente Serotonina, Dopamina, Acetilcolina, Adrenalina e Noradrenalina. Alguns hormônios e atrofias em certas áreas cerebral (particularmente lobo pré-frontal) são responsáveis pelo controle das emoções e produção de serotonina (entre outras funções no sistema nervoso, a SEROTONINA é a substância responsável  pela melhora do humor). Alguns distúrbios depressivos importantes ocorrem devidos a tais fatores. Para identificarmos se uma pessoa está deprimida temos que perceber se a tristeza lhe acompanha a maior parte do dia quase todos os dias, observar a falta de prazer ou interesse pelas atividades que eram apreciadas. O ser quando depressivo passa a ter sentimentos inapropriados de desesperança desprezando-se como pessoa e até mesmo se culpando pela doença ou pelo problema dos outros, sentindo-se um peso morto na família. Com isso, apesar de ser uma doença potencialmente fatal, surgem pensamentos de suicídio. Quando estas situações durarem por um período superior a duas semanas o indivíduo pode está deprimido. Mas para um melhor diagnóstico, deve-se consultar um médico Psiquiatra.

 
Os sintomas da depressão são diversos e costumam variar de pessoa para pessoa. No entanto, os mais observados são:

-Humor deprimido Tristeza e Irritabilidade Freqüente;
-Alteração súbita de apetite e de peso (ganho ou perda);
-Agitação ou prostação;
-Sensação constante de fadiga, perda de energia, mal-estar e dores corpóreas indefinidas;
-Sentimentos freqüentes de menos valia ou culpa;
-Dificuldade de concentração e tomada de decisões;
-Perda de estímulos com atividades diárias (trabalho, estudo etc) e lazer;
-Isolamento social;
-Choro freqüente e involuntário;
-Pensamentos persistentes de morte e suicídio.


A causa exata da depressão permanece desconhecida. Os estudos fundamentam-se no fato de desequilíbrio bioquímico dos neurônios responsáveis pelo controle do estado de humor. Isto comprova a eficácia dos antidepressivos. É importante identificar as alterações comportamentais de amigos, familiares ou de si próprio. A depressão é uma doença e pode acometer qualquer pessoa. Busque sempre auxílio profissional. Há uma variedade de tratamentos a serem oferecidos. O preconceito oculta a situação real, não deixe de recorrer ao tratamento profissional. Supere a batalha emotiva, a vida reserva muitas alegrias para você!



Reações Químicas
A depressão é uma doença que atinge milhares de pessoas no mundo, porém de quatro depressivos, apenas um procura auxílio e tratamento.

"Para cada um homem, duas mulheres sofrem de depressão.
40% a 60% dos casos de suicídio têm estreita relação com a doença. Homens depressivos morrem 4 vezes mais por suicídio que
mulheres (apesar de elas cometerem mais tentativas."
 
 
 
 
Os Neurotransmissores
 
O cérebro é formado por inúmeras células que se comunicam por impulsos elétricos através de substâncias químicas conhecidas por neurotransmissores. Os neurotransmissores são substâncias responsáveis por conduzir informações ao SNC. Através deles sentimos prazer, emoções e diversas sensações. Quando essas substâncias não funcionam adequadamente como deveriam, algumas áreas cerebrais ficam apáticas, causando a depressão.
Vejamos os neurotransmissores que atuam e se relacionam na depressão.
 
 


Como acontece a Depressão?





-Sinapse: Base funcional do cérebro e do SNC.





No estado normal, os neurônios (células nervosas) liberam neurotransmissores, que são capturados por outros neurônios por meio de seus receptores . Dentro da célula nervosa, uma bomba de recaptação retira parte dos neurotransmissores da sinapse (comunicação entre os neurônios) e uma enzima específica metaboliza o resto das substâncias.

Na depressão acontece uma diminuição na quantidade de neurotransmissores liberados, mas a bomba de recaptação e a enzima continuam trabalhando normalmente. Então, o neurônio receptor captura menos neurotransmissores e o sistema nervoso funciona com menos "combustível".