31 de dez. de 2011

Depressão nas Festas do Final de Ano

As festas de final de ano são grandes potencializadoras das emoções. Assim, facilmente leva a um quadro depressivo nas pessoas que estão mais fragilizadas emocionalmente. Ou podem agravar os sintomas naqueles que já convivem com a depressão.
Parece estranho como festividades e suas expressões reconhecidamente felizes são capazes de “maltratar” as pessoas.
O natal está cheio de fatores afetivos fortíssimos como a reunião de família, prestígio entre as pessoas, expectativa dos presentes (que compramos e vamos receber), recordações da infância, os próprios enfeites de natal, as nossas realizações e tantas frustrações do ano. As festas do final de ano são, de todas comemorações, a mais emocionantes.
Por conta disso, precisamos estar atentos como estamos vendo e sentido as nossas emoções nesses dias.
Cada vez mais o espírito natalino não é visto como o nascimento de Cristo e, sim, como mais uma data onde não se pode esquecer de comprar o presente do filho, dos pais, do companheiro, do amigo e assim por diante. Ir às compras, ao invés de ser um prazer, pode ser um grande estresse. Seja pela quantidade de gente comprando, seja comparando o que os outros compram que não podemos comprar. Quer dizer, o que importa é o bem material, o que você pode oferecer financeiramente, o quanto você vale em dinheiro, e não o que se tem de sentimento, de amor e companheirismo. Isso causa angústia e ansiedade, frustração e depressão.
Chega-se ao ponto das pessoas ficarem exaustas e mal humorados já alguns semanas ou dias antes do natal. Assim, facilmente um quadro depressivo se instala. As pessoas passam a não querer participar das comemorações do final de ano, tornam-se isoladas, facilmente choram, pedem para que o natal e ano novo passem logo e que ninguém ligue para elas. Acha que no ano seguinte tudo irá melhorar. Janeiro começa e a depressão só se agrava, precisando logo iniciar um tratamento médico.
O natal e as comemorações do final de ano mudaram. Agora, mais do que nunca, precisam ser repensadas para serem vividas com expectativas mais viáveis de uma experiência que nos traga esperança, felicidade e sossego no coração.

13 de dez. de 2011

"A sabedoria de um homem não está em não errar e não passar por sofrimentos, mas no destino que ele dá aos seus erros e sofrimentos. Quem consegue eliminar todos os erros e angústias da vida? Ninguém! Não há uma pessoa se quer que passe por desertos emocionais . Os sofrimentos podem nos destruir ou nos enriquecer. Todas as pessoas portadoras de alguma doença psíquica, não deveriam se punir e mergulhar numa esfera de sentimentos de culpa, não importa a extensão de sua doença e a freüência de suas recaídas. Ao contrário, devem assumir com coragem e desafio suas misérias e usá-las como fertilizante para enriquecer sua história. Nisto consiste a sabedoria.
Não devemos esquecer de que os que passam pelo caos e o superam ficam mais bonitos por dentro. Os que passam pela depressão, síndrome do pânico, dependência de drogas, e as vencem, tornam-se poetas da vida. Conquistam experiência, solidariedade e sabedoria."

10 de dez. de 2011

A falta de alegria é o aspecto revelador de mágoa, aflição, melancolia...tristeza. Conviver com a depressão é difícil, é exaustivo. Os dias são desiguais, as nossas rotinas se transformam. Me questiono diariamente o porque de tanta angústia. Eu diria, que são tantos sentimentos negativos somatizados a um ego sensibilizado e afetado pela dor. Talvez um dos piores sentimentos que um ser humano possa sentir. Tento defini-lo em palavras mas não consigo. Eu desaprendi a filtrar os estímulos estressantes e a minha insegurança.
Desde o início da minha depressão, venho apresentando muitas recaídas. Mas a terapia, me ensinou que isto não significa ter perdido uma guerra, e sim uma batalha. O complicado é ter estímulo para recomeçar, acreditar em algo novo, reencontrar a felicidade. Por vezes penso que não tenho mais credibilidade. Muitos me julgam, outros me definem e há aqueles que apenas criam a mulher descompromissada. O preconceito hoje, faz parte da minha vida. Eu sou apenas uma farmacodependente que sobrevivo dia após dia. Minha personalidade está se destruindo gradativamente. A sociedade e o Estado condenam os transtornos mentais. Não quero desistir de mim, mas abrir a mente para uma nova vida se torna impossível quando não existem oportunidades.
Tento encontrar maneiras para sentir alegria, mas vivo em pleno estresse crônico, o que contrai e reduz o meu prazer em viver. Isso é aprisionar a alma!


 "A vida humana não suporta ser aprisionada" Augusto Cury