Parece estranho como festividades e suas expressões reconhecidamente felizes são capazes de “maltratar” as pessoas.
O natal está cheio de fatores afetivos fortíssimos como a reunião de família, prestígio entre as pessoas, expectativa dos presentes (que compramos e vamos receber), recordações da infância, os próprios enfeites de natal, as nossas realizações e tantas frustrações do ano. As festas do final de ano são, de todas comemorações, a mais emocionantes.
Por conta disso, precisamos estar atentos como estamos vendo e sentido as nossas emoções nesses dias.
Cada vez mais o espírito natalino não é visto como o nascimento de Cristo e, sim, como mais uma data onde não se pode esquecer de comprar o presente do filho, dos pais, do companheiro, do amigo e assim por diante. Ir às compras, ao invés de ser um prazer, pode ser um grande estresse. Seja pela quantidade de gente comprando, seja comparando o que os outros compram que não podemos comprar. Quer dizer, o que importa é o bem material, o que você pode oferecer financeiramente, o quanto você vale em dinheiro, e não o que se tem de sentimento, de amor e companheirismo. Isso causa angústia e ansiedade, frustração e depressão.
Chega-se ao ponto das pessoas ficarem exaustas e mal humorados já alguns semanas ou dias antes do natal. Assim, facilmente um quadro depressivo se instala. As pessoas passam a não querer participar das comemorações do final de ano, tornam-se isoladas, facilmente choram, pedem para que o natal e ano novo passem logo e que ninguém ligue para elas. Acha que no ano seguinte tudo irá melhorar. Janeiro começa e a depressão só se agrava, precisando logo iniciar um tratamento médico.
O natal e as comemorações do final de ano mudaram. Agora, mais do que nunca, precisam ser repensadas para serem vividas com expectativas mais viáveis de uma experiência que nos traga esperança, felicidade e sossego no coração.